sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Gênio Morricone!

A saga do pistoleiro sem nome na Trilogia do Dólar. A sensibilidade poética de Era uma vez no Oeste. As aventuras e desventuras de Totó em Cinema Paradiso. A relação entre o ex mercador de escravos indígenas e o Padre Gabriel em A Missão. Momentos marcantes do cinema que guardam em si um fator comum indispensável. Sim, se você está no Corleone de Headphone respondeu Trilha Sonora, e não está errado. Mas o assunto agora não é uma trilha qualquer, de um compositor qualquer. O espaço deste post é para Ennio Morricone. Você que conhece o maestro Italiano, pegue seu headphone e acomode-se na cadeira. Você que nunca ouviu falar fique e descubra porque o apelido de "Gênio Morricone" pega tão bem para esta figura mítica da música.

A carreira de compositor musical começou aos 33 anos, em 1961 no filme O Fascista de Luciano Salce. Em 1964 surge a histórica parceria com Sergio Leone e o merecido reconhecimento internacional. Um diretor com enorme cuidado com a estética sonora de seus filmes, este era Leone, e isto era tudo que Morricone precisava para mostrar do que era capaz. Da parceria, nascem as trilhas dos lendários faroestes italianos. Destaque para os duelos finais de cada filme, embalados por canções capazes de captar cada fio de tensão dos personagens. Il Triello de Três Homens em Conflito e Man With the Harmonica de Era uma Vez no Oeste são só alguns exemplos.

Ennio Morrione ao centro e Sergio Leone à esquerda

Ennio Morricone fez história compondo ainda para outros grandes diretores. Como não se emocionar com a trilha do clássico Cinema Paradiso de Giuseppe Tornatore? Em A Missão de Roland Joffé, a música se funde à bela fotografia. Em Os Intocáveis de Brian de Palma as canções evocam um clima tenso e complementam a montagem afiada da trama. Dá para citar ainda Bernardo Bertolucci em A Tragédia de um Ridículo e 1900, Pedro Almodóvar em Ata-me, Roman Polanski em Busca Frenética, Oliver Stone em Reviravolta, Quentin Tarantino em Bastardos Inglórios e muitos, muitos outros.

Parece brincadeira, mas Morricone foi Morricone até ao compor a música tema oficial da Copa do Mundo de 1978 na Argentina, sabia dessa? E os cantores e bandas que já interpretaram suas trilhas? Bruce Springsteen, Andrea Bocelli, Celine Dion, Roger Waters, Metallica e até a Daniela Mercury, todos reunidos em um álbum intitulado “We All Love Ennio Morricone”, lançado em 2007.

Ennio Morrione no Theatro Municipal no Rio de Janeiro em seu primeiro concerto no Brasil, em 2007. Morricone tocou para cerca de 2.000 pessoas. No ano seguinte ele voltou para se apresentar no Teatro Alfa em São Paulo.

No ano passado Morricone foi agraciado com o Polar Music Prize, conhecido como o Nobel da música. No Oscar foram cinco indicações que nunca se transformaram em prêmio. Mas em 2007 a academia faz justiça e o músico recebe das mãos de Clint Eastwood a estatueta honorária “pelas suas magníficas e multifacetadas contribuições musicais ao cinema". Morricone ganhou ainda cinco prêmios BAFTA, o Leão de Ouro no 52º Festival de Veneza e dezenas de outras honrarias.

82 anos de idade, 50 deles de bons serviços prestados ao cinema italiano e mundial. Gênio Morricone, sem aspas e sem frescuras, é assim que seu nome será cravado no Hall da Fama do Corleone de Headphone.

Nenhum comentário: