sábado, 17 de setembro de 2011

Alfred Hitchcock: mestre e maestro do suspense


O mestre do suspense. Era assim que Alfred Hitchcock se autointitulava. Tido por muitos como um gênio do cinema, seus filmes foram eternizados e até hoje são usados como referência por muitos diretores. Nascido em Londres, no dia 13 de agosto de 1899, Hitchcock nutria em seus longas, o fascínio pelo crime. Embalando as investigações e a resolução dos enigmas, estavam as marcantes trilhas sonoras. Da parceria entre o cineasta e o músico Bernard Herrmann, uma das parcerias mais famosas do cinema, nasceram inesquecíveis composições. Aqui destacaremos algumas, sem esquecer das outras tantas que compõe sua vasta filmografia.



A trilha mais célebre nos filmes de Hitchcock, sem dúvida, foi de Psicose (Psycho, 1960). O filme conta a história de Marion Crane, interpretada por Janet Leigh. Após receber 40 mil dólares para realizar um pagamento, Crane vislumbra na situação, uma possibilidade para ir viver com seu amante. Ela então decide não efetuar o pagamento e foge, indo parar em um hotel distante. No lugar, ela conhece Norman Bates, vivido pelo ator Anthony Perkins, gerente do local. Ele vive com a mãe em uma casa nos fundos do hotel, isolado e sem contato com estranhos. A irmã e o amante de Marion notam seu sumiço e decidem investigar. Durante todo o longa somos brindados pelo belo trabalho de Herrmann conseguindo uma sincronia incrível com o filme e prendendo a atenção do telespectador através de sua composição. Quando Marion está fungindo com o dinheiro roubado, em uma noite de chuva, a música acompanha o ritmo do limpador do para brisas, aumentando ainda mais a tensão daquele momento. Porém, a cena antológica do longa, trata-se da cena onde a personagem de Leigh é atingida por facadas durante o banho. Ao longo de toda a cena, acordes de violino parecem acompanhar a dor da vítima e chegam a se confundir com os seus gritos.


A parceria com Herrmann não se restringiu a Psicose. Em O Homem que Sabia Demais (The man Who knew too much, 1956), a Orquestra Sinfônica de Londres, sob a regência do próprio Bernard Herrmann, toca durante nove minutos do longa. A música executada é “The Storm Clouds Cantata”, de Arthur Benajamin. O som da orquestra acompanha o suspense do filme. Segundo Hitchocock, se o espectador acompanhasse a música, o suspense teria sido maior, pois a câmera corre a cena sobre a partitura de notas e o no instante que os pratos tocam, o assassino dispara um tiro contra sua vítima, o primeiro ministro inglês.


Em Os Pássaros (The birds, 1963), pássaros se tornam violentos e começam a atar pessoas na cidade de Bodega Bay, na Califórnia. No longa, Herrmann trabalhou como consultor de sonoro, pois o longa não possui trilha sonora. Os sons dos pássaros são, portanto, trabalhados como se fossem música. Isso ajudou a criar um suspense maior, que provavelmente uma trilha sonora não conseguiria criar. Logo nos créditos iniciais, esse fato fica claro. Enquanto são passados os dados do filme, ao fundo pássaros voam descontrolados e o ruído que eles fazem cria no espectador um clima de tensão.


Em Quando Fala o Coração (Spellbound, 1945), a trilha sonora, composta por Miklos Rozsa, recebeu o Oscar de Melhor Trilha Sonora em 1945. No filme, o diretor contou com a colaboração do pintor Salvador Dali, que reproduziu através dos quadros, sonhos visuais. A música simboliza, portanto, os sonhos retratados com uma sutileza e perfeição impressionantes.


2 comentários:

Felipe Moniz Carvalho disse...

O site esta muito bem elaborado, e matéria de alto teor educativo. Parabéns.

Wennes Mota disse...

Não entendo muito de cinema, mas adorei as informações aqui contidas. Um bom filme tem que ter uma boa trilha sonora, realmente. Lerei o blog com assiduidade, assim conhecerei algo mais sobre cinema! Parabéns pelas informações!